Definição e classificação
O relativismo é a teoria que nega a existência de qualquer teoria, regra, moral, ética ou qualquer outro tipo de verdade que assuma para si o postulado de absoluto e inequívoco. Na filosofia aristotélica, eram relativas as coisas cujo ser depende de outras. O relativo opunha-se ao absoluto, isto é, que existe por si mesmo. Absoluto, portanto, é a Causa sem causa, enquanto o relativo é uma consequência proveniente de uma causa e que depende dela para ser explicada. O absoluto é auto-suficiente, enquanto o relativo, não. O absoluto corresponde à existência de Deus e o relativo aos seres criados.
O relativismo assume diversas categorias e classificações. Entre elas destacamos:
1) Relativismo cognitivo
Segundo o relativismo do conhecimento, toda a opinião é justificável em razão de suas respectivas evidências. Não existe qualquer questão objectiva da qual um conjunto de normas deva ser aceite. O ateu, por exemplo, estaria certo ao negar a existência de Deus, mas o cristão também, ao afirmar que Deus existe. Porém, uma afirmação nega a outra. Uma está correcta enquanto a outra está equivocada. Uma atesta de acordo com a verdade, enquanto a outra segundo a mentira. o relativismo, por conseguinte, é contraditório. De acordo com essa corrente, todas as formas de conhecimento são relativas ao mesmo tempo em que não explicam toda a realidade ou verdade, mas delas apenas possuem lampejos. Leia o que a Bíblia assevera nos textos de Números 23:19, Salmos 138:2, Isaías 8:1,
2Coríntios 13:8 e 2Tessalonicenses 2:12.
2) Relativismo moral
O relativismo moral baseia-se no conceito de que os valores morais variam de cultura a cultura. Por conseguinte não é possível determinar o que é certo ou errado moralmente, pois esse conceito seria variável de acordo com os povos. Esse posicionamento também é chamado de situacionismo. Todavia, duas pessoas de culturas diferentes podem discordar se uma atitude é certa ou errada, mas ambos possuem um conhecimento absoluto do que é bom ou mau. Logo, é óbvio que em cada homem há a noção do que é bom ou mau, embora apliquem essa verdade de modo diferente. A noção de bem e mal, e bom ou mau, pode variar, mas não a existência destes. Nenhum deles, conscientemente, dirá que o bem é mal e que o mal é bem.
O relativismo moral, portanto, crê que a verdade, a ética e a moral possuem um carácter particular e circunstancial. Isto quer dizer que aquilo que é verdade, ético ou moral para o cristão pode não ser verdadeiro, ético ou moral para outra pessoa. E aquilo que é verdadeiro, ético ou moral numa circunstância talvez não seja verdadeiro, ético ou moral noutra. Tudo depende das pessoas e das circunstâncias em que estão. Não existe, de acordo com esse pensamento mundano, normas, verdades ou moral que sirvam para todas as pessoas em todos os lugares. O que é certo para você talvez não seja certo para outra pessoa, mas nem por isso os dois estão certos ou errados, mas a verdade depende do ponto de vista de cada um!
Já parou para pensar nos problemas éticos, religiosos e morais do relativismo moral? Muitas práticas imorais condenáveis pela Bíblia são justificadas com base nesses argumentos, pois para os adeptos dele o indivíduo deve viver como bem entender, de acordo com a sua ética e verdade particulares. Assim sendo, para o relativismo moral, a orientação sexual de uma pessoa, por exemplo, é um assunto individual, fundamentado na moral do homem pecador. Facilmente se percebe dos perigos desse pensamento humano e o modo como contraria os fundamentos éticos e morais das Sagradas Escrituras.
Em razão de o relativismo moral afirmar que não existem normas morais universais, ele torna a verdade bíblica relativa ou subjectiva. A Bíblia, por exemplo, poderia ser interpretada de diversas formas. Assim como são diferentes as pessoas, também é diferente a interpretação que cada uma delas dá do texto bíblico. Logo, a verdade não está na Bíblia, mas na interpretação do leitor. Segundo os leitores relativistas, a Bíblia diz coisas diferentes para pessoas diferentes. Dessa forma, nunca saberemos de facto o que a Bíblia diz. Entretanto, a interpretação da Escritura não é de particular interpretação (2Pedro 1:20).
Um outro problema é que o relativismo impossibilita qualquer discussão do que é certo ou errado. Uma vez que não podemos chegar a uma conclusão concernente ao que seja certo ou errado, todas as opiniões, discussões, teorias e religiões, mesmo se contradizendo umas às outras, estarão correctas. Isso gera um caos! Ninguém está errado, todos estão correctos. Imagine a confusão! Na prática, o relativismo moral não funciona, mas os relativistas utilizam-se desses falsos argumentos a fim de justificarem os seus pecados morais: “Eles dizem que são sábios, mas são tolos”, afirma a Bíblia (Romanos 1:22).
Valores Absolutos
Os princípios e valores cristãos são opostos às normas e valores do mundo. Em primeiro lugar, porque nós, cristãos, cremos na existência de um só Deus, cujas leis regem não apenas o Universo, mas as nossas vidas, planos e vontade. A cultura mundana, no entanto, nega a existência de Deus ou então vive como se Deus não existisse (Salmos 14; 53).
Os valores cristãos possuem, pelo menos, três características principais. São universais, absolutos e imutáveis, pois procedem da vontade do Deus Pessoal, Absoluto, Imutável e Universal.
a) Universal
Os valores cristãos são universais em função de estarem fundamentados na moral divina. Nosso Deus é um ser moral. Os atributos divinos atestam que o Senhor é santo (Lv.11:44 e 1Sm.2:2), justo (2Cr.12:6 e Ed.9:15), bom (Sl.25:8;54:6) e verdadeiro (Jr.10:10 e Jo.3:33). Portanto, Ele é o padrão moral daquilo que é santo – oposto ao pecado -, daquilo que é justo – oposto à injustiça -, daquilo que é bom – oposto daquilo que é mau -, e daquilo que é verdadeiro – oposto à mentira. Tudo o que é puro, justo, bom e verdadeiro tem a sua origem no carácter moral de Deus. Logo, os valores morais são universais porque procedem de um Legislador Moral universal.
b) Absoluto
É aquilo que não depende de outra coisa, mas existe por si mesmo. Os valores cristãos são absolutos porque procedem de um Deus pessoal que não depende de qualquer outro ser para existir. Ele é eterno (Dt.33:27 e Sl.10:16), existe por si mesmo (Êx.3:14) e tem a vida em si mesmo (Jo.5:26). Deus também é absoluto porque não está sujeito às épocas (1Tm.1:17; 2Pd.3:8 e Jd.25). Ele governa eternamente o Universo (Sl.45:6; 145:13) e o seu reinado é de justiça (Hb.1:8). Portanto, as leis santas e justas de Deus são absolutas, porque procedem de um legislador Absoluto.
c) Imutável
É a qualidade daquilo que não muda. Os valores cristãos são imutáveis porque o Senhor Deus é imutável. Ele não muda (1Cr.24:10 e Sl.90:2), é o mesmo em todas as épocas (Hb.13:8 e Tg.1:17). Suas leis se conformam ao seu carácter moral, pois Ele é fiel (2Tm.2:13). Portanto, os valores cristãos são imutáveis porque estão fundamentados no carácter perfeito e imutável de Deus.
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