Bento XVI foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história. Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais velho do que seu predecessor quando foi eleito.
Nos últimos meses, o alemão parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar. Em seu livro de entrevistas publicado em 2010, Bento XVI já havia falado sobre a possibilidade de renunciar, caso não tivesse condições de continuar no cargo.
Joseph Ratzinger afirmou:
Após ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu tive certeza de que minhas forças, devido à avançada idade, não são mais apropriadas para o adequado exercício do ministério de Pedro.
O pontífice ainda disse em um discurso durante uma reunião de Cardeais para a canonização de três pessoas.
no mundo de hoje, sujeito a mudanças tão rápidas e abalado por questões de profunda relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e proclamar o Evangelho, é necessário tanto força da mente como do corpo, o que, nos últimos meses, se deteriorou em mim numa extensão em que eu tenho de reconhecer minha incapacidade de adequadamente cumprir o ministério a mim confiado. Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, confiado a mim pelos cardeais em 19 de abril de 2005, pelo qual a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20h, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, vai estar vaga e um conclave para eleger o novo Sumo Pontífice terá de ser convocado por quem tem competência para isso.
A ultima renuncia de um papa havia sido no ano de 1415 por Gregório XII, quase 600 anos atrás. Na época, a Igreja Católica vivia uma grande crise, chamada de Grande Cisma do Ocidente, que durou de 1378 a 1417 e levou a três sedes papais: Roma, Avignon (França) e Pisa. Consequentemente, o poder passou a ser disputado por três pontífices, um Papa (de Roma) e dois Antipapas (de Avignon e Pisa). Gregório XII enfrentou a concorrência de Bento XIII e Alexandre V. Em 1415, Gregório XII abdicou do cargo no Concílio de Constança, após grande pressão dentro da Igreja, e morreu dois anos depois. O concílio elegeu em 1417 o Papa Martinho V. O primeiro registro de renúncia de um Papa foi de Ponciano, que ficou no cargo de 230 a 235. Ponciano foi vítima do imperador Maximiniano, que o aprisionou, condenou e deportou para a Sardenha para fazer trabalhos forçados e renunciou ao chegar à ilha. Em 535, o Papa Silvério foi forçado a renunciar ao cargo após ser exilado.
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