Os evangélicos em muitos lugares do Brasil são chamados de crentes, mas isso não significa que creem em tudo que leem. Infelizmente, devido ao grande número de noticias bizarras e vergonhosas envolvendo pastores e igrejas, as pessoas já se acostumaram a ver esse tipo de coisa.
De tempos em tempos surgem matérias falsas, que são reproduzidas em sites e blogs, alguns deles até de conteúdo evangélico. Infelizmente, a maioria dos donos dessas páginas não se dá ao trabalho de investigar se a noticia procede, qual a fonte, etc.
Em tempos como os nossos, onde as redes sociais e o e-mail acabam divulgando ideias a uma velocidade impressionante, não é difícil verificar o grande número de bobagens que são repassadas toso os dias como se fossem autênticas. Sejam textos e frases atribuídos a autores que não os escreveram, sejam imagens tão bem manipuladas que parecem verdadeiras, sejam vídeos com os mais variados devaneios, tudo é “consumido e digerido” pela sociedade.
Mas quando essas falsas notícias usam o nome de pastores e/ou igrejas, podem causar muito constrangimento. Pior ainda quando são repassadas pelos próprios evangélicos.
Nesta semana, assessoria do pastor e deputado Marco Feliciano iniciou uma campanha para denunciar e tirar do ar postagens feitas no Facebook com textos falsos. São acusações sobre ele que não procedem e ainda causam constrangimento.
A principal talvez seja uma mensagem que tem como título “Pastora Suzane Richthofen Nomeada presidente da Comissão de Seguridade Social e Família”. Há alguns meses atrás, o Fantástico noticiou a conversão de Suzane e a chamou de pastora.
Porém, em momento algum ela foi solta da cadeia onde cumpre pena, não é filiada ao PSC, partido de Feliciano, tampouco foi nomeada para um cargo que só poderia ser ocupado por um político eleito. Ou seja, sem qualquer comprovação, a “notícia” circulou por e-mail e foi postada por milhares de pessoas no Facebook. A postagem original tem cerca de 40 mil compartilhamentos.
Trata-se, obviamente do que na internet se chama de hoax, uma informação falsa, que geralmente é considerada “piada”.
Outro exemplo disso é a matéria “Pastor que dizia ter “membro abençoado” é preso no interior de Goiás”. Trata-se de uma invenção do site de humor “Jesus Manero”, especializado em macular a imagem de Jesus. Ao citar um suposto pastor chamado Valdecir Picanto Sobrinho, relatava que ele foi preso no interior de Aporé, interior de Goiás, sob a acusação de que abuso sexual de mulheres da cidade.
A repercussão foi tão grande que a Prefeitura de Aporé, decidiu fazer uma nota oficial de esclarecimento, alertando que a notícia era mentira. “É tudo falso, fantasioso e originário de mente desocupada”, afirma em seu site.
Esta semana, surgiu outra notícia do gênero. O site de humor Bobagento (o nome é uma dica do conteúdo) publicou uma reportagem falsa com o título “Pastor aconselha jovens a fazerem sexo oral para preservar a castidade”.
Novamente os fatos e os nomes das pessoas são inventados. Mesmo assim, uma busca no Google indica que foi reproduzida por mais de 20 sites, incluindo o de uma rádio FM, o que pode indicar que foi lido no ar como notícia verídica.
Algumas vezes, esse tipo de postagem tem uma conotação até inocente, como o caso da notícia sobre o pastor Jeremiah Steepek que pregou vestido de mendigo em uma igreja. Contudo, era novamente uma história falsa. Mesmo sendo uma bela ilustração, não procedia, mas foi compartilhada milhares de vezes e aplaudida.
Levando tudo isso em conta, a questão que se apresenta é simples. Podemos acreditar (e compartilhar) tudo que lemos hoje em dia? Claro que não. Ao se deparar com esse tipo de situação restam dois caminhos:
Uma rápida observação se há indícios da fonte original. Se não houver, desconfie. Depois, uma breve pesquisa numa ferramenta de busca deve ajudar a esclarecer os fatos.
A segunda opção, e que parece ser mais comum, é simplesmente ajudar a espalhar, sem se preocupar se é ou não verdade e se está (ou não) ferindo a imagem de alguém, seja de uma pessoa ou dos evangélicos em geral.
O Ligado no Gospel tem um compromisso com a verdade, por isso não publicamos nenhuma matéria sem nos certificarmos antes. Mesmo assim, muitas vezes recebemos “dicas” de leitores para esse tipo de hoax.
Não estamos isentos de falharmos, mas como cristãos acreditamos que não devemos perpetuar uma mentira. Não importa o quão “engraçada” ou “insignificante” ela possa parecer. Afinal de contas “dar falso testemunho”, além de estar previsto no artigo 342 do Código Penal também é proibido dos 10 mandamentos.
Via: GospelPrime
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