Ex-piloto de Fórmula 1 fala sobre evangelismo no esporte

A Rede Super de Televisão recebeu a visita do ex-piloto de F1, Alex Dias Ribeiro. Além de atuar nos grandes circuitos do Mundo, onde desfilava com a frase “Cristo Salva”, Alex também foi capelão da Seleção Brasileira em três Copas do Mundo (1994, 1998 e 2002), discipulando os atletas cristãos nas competições.

Na oportunidade, por meio de uma entrevista concedida ao Lagoinha.com, ele contou um pouco da sua história no Ministério Atletas de Cristo, em que por mais de 22 anos atuou como diretor executivo.

Confira a Entrevista com Alex concedida ao site Lagoinha.com

 Quando você percebeu que Deus tinha um plano para sua vida?

Alex Ribeiro – Foi quando resolvi ser piloto automobilístico; e eu não tinha como viabilizar esse sonho. Então, comecei a orar e pedir que Deus me desse um carro. Nessa época, meu pai tinha um fusca e certo dia ele sofreu um acidente de carro. O que sobrou do automóvel, ele me deu. Eu, mais do que depressa, me juntei a três amigos e construímos um carro de corrida com os restos do fusca. Ou seja, por meio daquele acidente, em que ganhei um carro de “fundo de quintal”, Deus orquestrou outras situações que permitiram que eu realizasse o meu sonho.

 Em que momento o Senhor lhe revelou que era possível evangelizar as pessoas por meio do esporte?

Alex Ribeiro – Foi quando fui campeão brasileiro e um jornalista do Jornal do Brasil (JB), um dos veículos com maior circulação do Rio de Janeiro, chegou perto de mim e disse: “O meu redator chefe me pediu para fazer uma matéria com você. Ele está querendo saber o porquê desse ‘Cristo Salva’ em seu capacete; por que esses jovens vêm na sua corrida e ficam distribuindo folhetos na arquibancada.  Por que eles trazem violão e tocam uma música com tema de vitória? Tem como você me ajudar? Eu  não entendo nada disso”, relembra.

Então, ele me pediu que escrevesse uma matéria explicando essas ações. Eu conversei com o meu pastor Netornini, que era meu mentor, e juntos escrevemos o texto. Explicamos o motivo de o “Cristo Salva”; compartilhamos o plano da salvação e falamos sobre as quatro leis espirituais, entre outras informações. Para nossa surpresa, a matéria foi publicada na quarta página do JB, em pleno domingo, e nessa hora a minha ficha caiu e pude ver que eu havia acabado de pregar para 400 mil leitores do JB. Também tive a consciência de que o esporte é um excelente meio de comunicação e evangelização.

 O ato de evangelizar era visto de forma positiva no meio esportivo?

Alex Ribeiro: Eu levava e levo até hoje a mensagem de Cristo, que é uma mensagem ousada. Por parte do “mundo” sofri pouca resistência. Passei por algumas situações adversas, mas Deus sempre esteve ao meu lado e me manteve firme. Já alguns irmãos da igreja não viam a minha ação com bons olhos. Primeiro, porque eles consideravam o automobilismo um esporte violento.

 Naquela época, ele matava 1 piloto a cada 10 acidentes. Segundo, é praticado aos domingos, o que é um pecado para os fundamentalistas. O que importava para mim é que Deus havia me dado uma inspiração para a prática desse esporte e por meio dele, iria praticar o “ide por todo o mundo”. Não desisti do meu chamado e ele me deu força para perseverar, independente das opiniões contrárias. Precisamos estar firmes no nosso chamado e não fazermos como outras pessoas fazem. Muitas delas têm trocado o “ide por todo mundo” pelo “bem-vindo à minha paróquia”.

Como se deu a sua adesão ao Ministério Atletas de Cristo?

Alex Ribeiro – Depois que encerrei a minha carreira na F1, voltei para o Brasil e fiquei sem rumo. Tentei fazer várias coisas. Fui ser fazendeiro, depois comecei a construir carros de corrida, trabalhei no mercado de capitais; enfim; investi numa série de coisas, tentando me encontrar. E, em meio a esse desencontro, os Atletas de Cristo me convidou para ser o diretor-executivo. Orei e Deus me falou que eu deveria aceitar o convite; e por 22 anos e seis meses, atuei nessa função.

De que forma as pessoas viam Ministério Atletas de Cristo no início de sua fundação e como ele é visto atualmente?

Alex Ribeiro – Bem, se alguém não viu os Atletas de Cristo com bons olhos é por que não queria vê. Desde 1980, Deus já operava uma grande obra por meio de esportistas como, João Leite, Baltazar, Jorginho e Silas. Eles estavam realizando um trabalho brilhante e dando um bom testemunho. Todos foram excelentes pioneiros. Os Atletas de Cristo influenciaram e impactaram tanto a sociedade da época que, até mesmo, a revista Manchete reconheceu o ministério como maior fenômeno religioso da década de 80. Atualmente, os Atletas de Cristo não causam tanto impacto público, mas seus esportistas, ainda que, de uma forma mais discreta, continuam “atletando” (evangelizando).

Durante esses anos de existência do Ministério Atletas de Cristo, há algum caso de evangelização ou transformação que você gostaria de destacar.

Alex Ribeiro – São muitas casos e eles foram realizados de diversas maneiras. Um caso marcante que me recordo, neste momento, se trata do dia em que o Baltazar, jogador do Grêmio, fez um gol contra o São Paulo. Após o gol, ele deu um glória a Deus e apontou o dedo para cima. Nessa hora, um torcedor, que estava desviado dos caminhos do Senhor, conseguiu ler os lábios de Baltazar, ficou sensibilizado com aquele gesto e resolveu se reconciliar com Jesus.

 Você imaginava que, com o passar dos anos, a ação de utilizar a frase “Jesus Saves” (Jesus Salva), em seu capacete, serviria de inspiração para outros esportistas?

Alex Ribeiro – Eu não tinha a mínima ideia de que a minha ação seria conhecida no mundo inteiro. Foi Deus que me deu essa visão e pensei: “Se eu for campeão do mundo, poderei levar essa mensagem para a metade da população do planeta”. Mas como não fui, fiquei chateado e acabei brigando com Deus. Porém, um tempo depois, por meio dos Atletas de Cristo, Deus acabou viabilizando essa visão.

Durante a comemoração da vitória do Penta de Oklahoma, os Atletas de Cristo, que atuavam na Seleção Brasileira, usaram as camisas com a frase “Jesus I Love You”. Eu criei a mensagem e levei as camisas para que eles pudessem vestir. Naquele dia, pude ver o cumprimento da visão que Deus havia me dado. Tudo bem que ela não foi da forma que gostaria. Queria que ela tivesse sido realizada quando eu ainda pilotava. O que importa é que ela se cumpriu e presenciei, mesmo sendo nos bastidores.

No Brasil, em 2014, haverá a Copa do Mundo, e em 2016, as Olimpíadas, o que atrairá pessoas de diversas partes do mundo. Os Atletas de Cristo realizarão ações de evangelização durante esses eventos esportivos?

Alex Ribeiro – Ao longo desses anos, os Atletas de Cristo já vêm realizando um excelente trabalho de evangelização e conscientização por meio do esporte. Sendo assim, o ministério se tornou uma referência para diversas organizações e igrejas, as quais já têm projetos voltados para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas.

Neste momento, a nova direção dos Atletas de Cristo está focando seu trabalho em ajudar e orientar o atleta de alto rendimento ou de ponta para que eles melhorem seu desempenho em todos os sentidos. Queremos que todos eles tenham uma boa atuação nesses dois eventos que serão sediados no Brasil.

Com informações de Lagoinha.com / Ligado no Gospel
ligadonogospel@live.com - Israel Almeida
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