Se em algum momento você escutou que fazer feiras é algo que está em decadência, provavelmente as fontes dessa informação desconhecem números, oportunidades e a realidade de um setor que precisa resolver o problema da escassez de datas e espaços compatíveis com as necessidades dos clientes de setores diversificados. Essa situação tem sido a grande vilã dos últimos tempos. Em São Paulo, por exemplo, segundo pesquisa realizada pelo Governo do Estado, a oferta de locais para a realização de eventos é bem menor do que a procura. A cidade possui grandes centros de convenções como, por exemplo, o Imigrantes, hoje administrado pela multinacional GL Events, onde acontece a III FLIC Salão Internacional Gospel, feira que representa o setor evangélico brasileiro e que acontece de 18 a 20 de Setembro. Mas, mesmo com as opções de pavilhões, o que se tem disponível é pouco diante da demanda e da necessidade de grandes eventos que pretendem se fixar na cidade.
Sobre o mercado de feiras, podemos dizer que está aquecido. Pesquisa recente encomendada à FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, após parceria entre a UBRAFE - União Brasileira dos Promotores de Feiras, o Sindiprom/SP - Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo e o Sindieventos - Sindicato Interestadual dos Trabalhadores, Empregados, Autônomos, Avulsos e Temporários em Feiras, Congressos e Eventos em Geral e em Atividades Afins de Organização, Montagem e Promoção no Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, revelou dados sobre a movimentação do mercado hoteleiro durante a realização de feiras de negócios na capital paulista. De acordo com o estudo, são ocupadas em média cerca de 18 mil unidades por dia - mais de 6,5 milhões de unidades habitacionais por ano - só na cidade de São Paulo. Os números representam cerca de um terço dos quartos existentes na cidade, chegando à metade se considerada a base efetivamente ocupada nos hotéis.
O mercado de feiras de negócios movimenta, na cidade, cerca de R$ 16,3 bilhões anuais. "Esse dado contempla todos os processos diretos e indiretos que envolvem a realização das feiras e dos congressos. Um estudo revelou que das cerca de 800 ferias de negócios que a cidade recebe por ano, 202 são realizadas em pavilhões, 321 em centros de convenções, 196 em hotéis e o restante em outros locais, com público somado em mais de 8 milhões de visitantes.
Além do segmento hoteleiro, impacto grande também no setor de alimentação, com gastos de R$ 550 milhões apenas com visitantes não residentes de São Paulo e um total de 38 milhões de refeições/ano.
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