
Ao DIA , o presidente do Conselho Político da CGADB, pastor Lelis Washington Marinhos, confirmou o encontro com os candidatos e afirmou que o fato de Marina pertencer à igreja “terá peso na decisão”.
Ele afirma ainda que, após as eleições, a denominação dará início ao recolhimento de assinaturas para a criação de um novo partido, no qual possa abrigar congressistas da igreja ou que defendam seus princípios religiosos. Nesta legislatura, a Assembleia de Deus tem 26 deputados federais espalhados por vários partidos. A CGADB espera eleger, além dos atuais, mais oito candidatos para a Câmara.
“Existe, sim, a ideia (de criação da legenda), onde poderemos alinhar nossos parlamentares e na qual eles possam defender nossas agendas com liberdade”, admite o pastor.
A opinião interna é de que não haverá dificuldade no recolhimento das assinaturas, pois a denominação é bastante capilarizada no país. “Não queremos colocar a igreja no poder. O que queremos é que assumam o poder candidatos que creiam em Deus e que defendam nossos princípios”, explica ele, listando o aborto e a oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo como agendas inegociáveis.
Se levar a cabo a ideia, a Assembleia de Deus se juntará à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), que, com 1,8 milhão de seguidores, tem sua própria legenda, o PRB.
Entretanto, a influência dos líderes religiosos sobre a escolha do candidato a presidente é limitada, na opinião do cientista político Paulo Baía, da UFRJ. Para ele, a opção do eleitor evangélico para os cargos executivos é mediada por outros fatores, além da própria experiência.
Um exemplo disso é a vendedora Claudia Vieira Cavalcante. Todos os domingos, ela atravessa a rua de casa, às 19h, para ir ao culto na Assembleia de Deus Cristo Vive, em Belford Roxo, onde mora.
Com 32 anos, ela quer ser pastora e estuda Serviço Social, numa universidade particular, graças a bolsa do ProUni. Votará na presidenta Dilma Rousseff (PT), embora seu pastor tenha inicialmente pedido voto para Everaldo e, mais recentemente, para Marina.
“Claro que levo em consideração o que diz o meu pastor, mas sua autoridade sobre mim está nas questões espirituais. Como cidadã, voto com minha consciência”, diz.
Via IG