Pastor sugere que evangélicos adotem o “deboísmo” para evitar conflitos

O termo “deboísmo” é um neologismo oriundo das redes sociais que sugere uma filosofia pacífica e nada ativista de lidar com divergências. A ideia de “viver de boa” com tudo e todos é o oposto das agressões e virulência que muitos internautas adotam.

Dentro desse contexto, o pastor Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), publicou um artigo analisando esse “conceito filosófico” e sugerindo que, em alguns casos, os fiéis adotem o “deboísmo”.

“Acho a iniciativa até legal, mesmo porque, não vale a pena discutir por tudo, não é verdade? Eu particularmente com o passar dos anos (devido ao amadurecimento relativo a idade), tenho entendido que não vale a pena ‘brigar’ por qualquer coisa. Na verdade, tenho discernido que todos precisamos ‘escolher nossas brigas’”, introduziu.

Vargens, porém, se apressa em explicar que nem tudo deve ser deixado de lado como coisas insignificantes: “Em nome do ‘politicamente correto’, muitos evangélicos acreditam que pelo simples fato de alguém divergir educadamente de outrem aponta para o fato inequívoco de que este seja um maldito desagregador”, comentou o pastor, acrescentando que “divergências são saudáveis”, desde que se mantenham a educação e o respeito.

“O problema é que boa parte da igreja evangélica brasileira não sabe lidar com elas, muito menos discutir ideias e doutrinas, o que tem gerado na internet atitudes passionais por parte daqueles que sofrem discordância. Nessa perspectiva, o que mais vemos é a multiplicação dos palavrões, os ataques ‘ad hominem’ e outros impropérios, cujo objetivo sempre é desqualificar o interlocutor”, lamentou. “Nesse contexto, o ‘deboísmo’ cai como uma luva, até porque, é muito mais fácil silenciar os que de nós divergem, do que dialogar com o que pensam diferente”, observou o pastor.

Em sua conclusão, Vargens aponta para a via da sensatez: “Equilíbrio é fundamental e existirão momentos em que discutir é inócuo e desnecessário, como também existirão instantes em que o ‘deboísmo’ tem que ser deixado de lado. É o que penso”.

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