Feira que representa setor evangélico espera receber mais de 40.000 visitantes
Um olhar para o céu e outro para as oportunidades. É dessa forma que muitos chegam ao mercado do Senhor, de olho no que não podem ver, mas com a fé que podem modificar suas vidas e também multiplicar suas contas bancárias. Assim uma grande maioria pensa, são homens e mulheres de negócios de todos os cantos do país e do mundo, dispostos a investir num mercado promissor, que vem se consolidando dia a dia e que já provou que: "Ele tem a força!". Aventureiros não costumam ter muito êxito no setor. Haja visto algumas tentativas de eventos organizados por empresas que desconhecem o segmento e que não sobreviveram... Ou ainda empresários com visões erradas que nada contribuem com o mercado. Quando o assunto é fé, hábitos e costumes, a credibilidade vem com o tempo de atuação e relacionamento junto ao setor. É preciso caminhar junto com quem já tem estrada e conhece bem as coisas de Deus.
Uma boa oportunidade para se aproximar desse setor com segurança é participar do 5º Salão Internacional Gospel - Expo Cultura Cristã, feira anual que representa o segmento, organizada e idealizada pelo Grupo MR1, que acontece de 7 a 10 de setembro de 2016, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, que é o mais conhecido e completo do meio, reúne gravadoras, editoras, distribuidoras, empresas de instrumentos musicais, sonorização, iluminação, vídeo, tecnologia, faculdades, universidades, igrejas, comunidades, alternativos, exposições culturais e apresenta um grande mix de produtos, sendo um verdadeiro balcão de negócios que acompanha toda a efervescência, popularidade e profissionalização de um mercado abençoado por Deus e bonito por natureza, que não conhece crise e não para de crescer.
Todos os dias são diversos produtos que chegam às prateleiras de todas as lojas do Brasil. Só a Música Gospel brasileira fatura bilhões e chama a atenção de todos dispostos a mergulhar nesse mar de ritmos e cifrões, cheio de oportunidades e grandes peixes. Pesquisas recentes revelam que esse segmento promissor, que cresce 14% ao ano é um dos mais rentáveis no país. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), o estilo está presente entre os 20 CDs mais vendidos no Brasil. A Música Gospel, que tinha espaço apenas dentro das igrejas no início do século XIX, hoje é executada em todos os cantos do mundo. No Brasil, espalhada em hipermercados, lojas de conveniência e de discos, ela é um sucesso! E não existe exagero nos números, não. A verdade é que atualmente o mercado evangélico brasileiro movimenta cerca de R$ 21,5 bilhões por ano. É o segundo lugar em volume de vendas, são R$ 330 milhões em venda de instrumentos musicais, acessórios e sonorização de um total de R$ 650 milhões, mais de R$ 500 milhões em venda de CD’s e DVD´s.
Na literatura não é diferente, os livros também dão impulso ao faturamento anual do mercado evangélico mesmo ainda apresentando uma comunicação tímida, com poucos profissionais qualificados e sem muita visibilidade e representatividade no mercado editorial brasileiro e no mercado de premiações literárias. A mais recente edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil aponta que a Bíblia continua sendo o livro mais lido no mundo e que determinadas obras religiosas são procuradas frequentemente por 65% e 57% dos leitores, respectivamente.
Ainda sobre o setor podemos afirmar que o segmento evangélico como um todo gera mais de 2 milhões de empregos. São mais de 2 bilhões de venda de discos mais produções de shows. Por ano abrem-se mais de 14.000 igrejas evangélicas no Brasil, o que corresponde a 38 novas igrejas por dia, 1 a cada 45 minutos em média.
Diariamente, as igrejas recebem novos convertidos, que passam a consumir vorazmente os produtos cristãos. E a música, que é o carro-chefe deles, é o único segmento fonográfico que cresce em venda de discos no País. Além desses, outros números chamam a atenção: recente matéria publicada na Revista Veja chegou a classificar o segmento como "um mercado que não conhece dificuldade" por ser pouco afetado pela pirataria moderna e pelo compartilhamento de mp3 na Internet. O que era antes um nicho pequeno, fechado em si, com produções de baixa qualidade, passou a ser um grupo forte e com um poder econômico avassalador. Segundo a revista e o Salão Internacional Gospel, são 600 rádios brasileiras que transmitem programação Gospel no Brasil, 157 gravadoras. Sendo que a faixa etária que concentra a maioria dos fãs do gênero é de 25 a 40 anos, onde 66% são do público feminino e 56% da Classe C. Na mesma velocidade em que cresce o rebanho cristão, multiplicam-se as lojas de vestuários evangélicos, blogueiras, sacoleiras que compram no atacado artigos de grifes e lojas virtuais tentam dar conta da demanda de quem não pode ir a São Paulo .
Evangélicas chegam a gastar, em média, R$ 6 mil por mês com roupas e sapatos.
Para Marcelo Rebello, organizador e idealizador do Salão Gospel e também teólogo que dá palestras sobre marketing e religião, o mercado continua inchando, reforça: "São 4.500 artistas e bandas onde são lançados no mínimo 10 CDS por mês, ou seja, 1 a cada 3 dias e cerca de 4.000 novas obras musicais anualmente, fomentando a receita com arrecadação de direitos autorais. A área de educação também se destaca, com 740.000 alunos em 934 instituições de ensino controladas por evangélicos". Ele prevê, baseado em estudos feitos pela Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes), que em 2020 os evangélicos chegarão à marca de 109,3 milhões (52%), num total de 209,3 milhões de brasileiros, isto obviamente se a taxa de crescimento se mantiver nos patamares anteriores, sendo metade da população brasileira formada por evangélicos.
Na esfera política, primeiro no Estado do Rio de Janeiro, a Música Gospel foi reconhecida como manifestação cultural e está inclusa na Lei 5.826, de 20 de setembro de 2010, de autoria do Deputado Edson Albertassi, sancionada pelo Governador Sérgio Cabral. A lei criou facilidades na obtenção de patrocínios de empresas privadas para os eventos, ampliando ações e estimulando o crescimento do segmento. Em janeiro de 2012, houve o reconhecimento nacional da Música Gospel como manifestação cultural. A Lei 12.590 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff, alterando a Lei Rouanet para estender os benefícios da renúncia fiscal também à Música Gospel. O texto abrange no escopo da Lei Rouanet (legislação que define o leque de atividades culturais passíveis de financiamento público), o artigo 31-A, que estabelece o seguinte: "Para os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos como manifestação cultural a Música Gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas". Em São Paulo, os evangélicos também vêm ganhando o seu espaço, em agosto de 2014, o Salão Internacional Gospel que faz parte do Calendário Oficial do Estado, foi homenageado na Assembleia Legislativa e na ocasião foi lançado o “primeiro tijolo simbólico” do Museu Cristão, idealizado também pelos responsáveis pela feira da cultura cristã. São também de Luciana Mazza, curadora do museu, as palavras: "Entendemos que existe uma cultura evangélica a ser preservada, hábitos, costumes, registros musicais e editoriais. Notícias em todos esses anos que vão estar nesse acervo. Ocorreu uma grande mudança através do tempo e essa história deve ser resgatada e contada. O resgate da memória é de suma importância devido à construção de uma identidade consistente de um determinado povo. Para isso é necessário que não deixe de rememorar, ir em busca das raízes, das origens, do âmago da sua história, etc. A memória tem um caráter primordial para elevação de uma nação e de um grupo étnico, pois aporta elementos para sua transformação. Essa é a intenção do Museu Cristão. Somos muito gratos a Deus pela oportunidade de esta a frente de um projeto como esse".
Outra interessante constatação é que os cristãos evangélicos estão se interessando cada vez mais e se aproximando da cultura judaica. Destaque para o fenômeno da novela “Dez Mandamentos”, da Rede Record, que numa superprodução fez o Brasil parar para assistir a travessia dos judeus no Mar Vermelho. A história que está na Bíblia há milhares e milhares de anos comove o Brasil em pleno século XXI.
Observando e acompanhando essa mudança, o Grupo MR1 lançou no final de 2015 também a Expo Israel - Feira Internacional da Cultura Judaica, que já vem atraindo interesse de empresários que atuam nos dois setores. A aproximação é algo que já vem sendo notada há alguns anos, segundo Marcelo Rebello, presidente do grupo e da ABREPE (Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos). Ele declara: “Os verdadeiros cristãos têm uma grande admiração por Israel e pela cultura judaica. Exemplo é a Festa de Sucot, em Jerusalém, uma das principais demonstrações de apoio ao Estado Judeu por parte das igrejas evangélicas que conta com uma programação de conferências, assembleias e excursões pelos lugares santos que se estende pela semana toda. Os evangélicos que participam da marcha consideram uma obrigação “confortar o povo de Israel”, apoiá-los nos momentos de dificuldade e colaborar para que todos os judeus dispersos pelo mundo retornem à Terra Prometida.
É claro que ainda existem barreiras a serem quebradas, que as tragédias da história ergueram, mas amamos Israel e essa aproximação é algo benéfico para ambos os lados. Acreditamos que podemos amadurecer muito essa relação e caminhar juntos. A Terra Santa, por tudo o que representa tanto cultural quanto eclesiasticamente, vai continuar sendo um dos mais desejados destinos turísticos dos cristãos brasileiros, movimentando milhões de dólares anualmente por meio dos milhares de fiéis que visitam Israel e que também têm, nos últimos anos, incluído objetos, roupas e símbolos judaicos em sua liturgia, em um processo de retorno às origens, restauração e complemento de sua fé. É uma nova demanda de troca cultural e geração de grandes negócios.”
Ele lembra que recentemente o Instituto de Jerusalém para Estudos Israelitas conduziu uma pesquisa examinando as tendências públicas em relação ao cristianismo, o mundo cristão e a presença cristã em Israel.
A sondagem revelou uma aproximação ambivalente a estes assuntos por parte dos judeus israelitas: a maior parte dos inquiridos acha que as escolas deveriam ensinar o cristianismo e que o estado deveria permitir liberdade para o exercício da fé. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Smith a 500 inquiridos, constituindo uma amostra representativa da população adulta judaica que vive no país. Segundo a opinião de 54% dos seculares, o cristianismo está mais próximo do judaísmo do que o islão", conclui.
Sobre as feiras, o Salão Internacional Gospel é a feira que representa os evangélicos no Brasil, tendo levado na última edição 30.000 pessoas, esse ano espera mais de 40.000 visitantes. Muita música, teatro, cinema, instrumentos musicais, livros, pista de skate e alternativos, além de congressos e mais de 300 atrações e 150 estandes, o evento já caminha para a sua quinta edição. Esse ano apresenta grandes novidades como o aplicativo de pagar dizimo e fazer doações da Tokhelp, a Conferência de Teologia Armínio-Wesleyana em São Paulo, o Congresso de Som e Imagem nas Igrejas, espaço de games, pista de skate para quem curte esporte, consórcio para igrejas, moda, alternativos e muito mais!
Na Expo Israel, estão previstos congressos, palestras, workshops, danças, música, culinária e oficinas temáticas. Além do espaço cultural, a feira também apresenta um ambiente para a exposição de produtos e serviços, a fim de fomentar os negócios entre empresas israelenses e brasileiras. As duas feiras acontecem de 7 a 10 de setembro de 2016, no melhor pavilhão de São Paulo, o Expo Center Norte. A entrada é gratuita!