A Quetzal irá lançar a partir de setembro uma tradução da Bíblia Grega, feita por Frederico Lourenço, com mais sete livros do que a edição canónica. O projeto foi apresentado esta quarta-feira.
Após as novas versões dos clássicos de Homero, Odisseia e Ilíada, o professor, tradutor e ensaísta Frederico Lourenço anunciou o seu mais importante "risco" e "aventura" na tradução: a Bíblia.
Não é, explica o editor da Quetzal, Francisco José Viegas, uma nova tradução do que já existe disponível mas sim uma tradução até hoje nunca feita em Portugal: a Bíblia Grega, Septuaginta, também conhecida por Bíblia dos Setenta.
A edição tem a particularidade de ser dividida em seis volumes, com o Antigo (quatro volumes) e Novo Testamento (2 volumes), e o último chegará às livrarias em 2019. Segundo Frederico Lourenço, esta será a Bíblia mais completa que os portugueses alguma vez tiveram para ler e destina-se "tanto a crentes como a não crentes". Entre as particularidades desta sua tradução está a de não ser organizada conforme é habitual nos volumes existentes, com uma ordem cronológica que tem início no Génesis.
No total serão 80 livros, ou seja, mais catorze do que as Bíblias protestantes e mais sete do que a tradução do cânone católico. A nova edição em seis volumes conterá os 27 livros do Novo Testamento, mas no Antigo Testamento acrescem sete aos 46 livros da Bíblia católica: o 3º e 4.º Livro dos Macabeus, Salmos de Salomão, Odes, Livro de Susana, Bel e o Dragão e Epístola de Jeremias.
Segundo Frederico Lourenço, este é um projeto que tem desde há muitos anos mas "que só agora senti maturidade e confiança para o executar".