Ambos foram indicados pela defesa da petista e sucedem outras três testemunhas indicadas pela defesa ouvidas na véspera, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo; o professor de direito da UFRJ Geraldo Prado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa.
No início da sessão, havia 19 senadores inscritos para fazer perguntas para Barbosa. Alguns parlamentares da base do governo do presidente em exercício Michel Temer decidiram não se inscrever para que os depoimentos possam terminar mais rápido.
A reinício da sessão neste sábado foi acordado entre os senadores com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e correrá sem pausa para o almoço.
No início da noite de sexta-feira (26), o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, pediu que as falas fossem adiadas para este sábado, alegando "lógica procedimental". Na prática, segundo o G1 apurou, a defesa adotou essa estratégia para evitar que a sessão transcorresse ao longo da madrugada.
Desde quinta (25) os senadores estão ouvindo os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa. Ao longo da sessão, os parlamentares formulam questionamentos aos depoentes para que esclareçam os pontos relacionados à acusação de que Dilma cometeu crime de responsabilidade.
Testemunhas de defesa
Na sessão desta sexta, Belluzzo, professor da Unicamp e primeiro a falar, foi na contramão das acusações ao afirmar ter havido um "excesso de responsabilidade fiscal" no governo Dilma. Em 2015, completou, ela teria cometido uma "despedalada" em 2015, contigenciando recursos em um momento de queda da arrecadação.
Segundo a falar, Geraldo Prado negou a existência de crime de responsabilidade e afirmou que uma condenação de Dilma seria "injusta". "Não há ato, no caso do Plano Safra, imputável à presidente Dilma", disse, em referência aos atrasos do governo em ressarcir o Banco do Brasil por financiar o programa de crédito rural.
Por fim, Luiz Cláudio Costa sustentou que os decretos de crédito suplementar assinados por Dilma "não causaram impacto fiscal", ao contrário do que diz a acusação.
"A gestão fiscal é feita por decretos de contingenciamento, e esses decretos foram efetuados. O MEC teve quatro, que chegaram perto de R$ 10 bilhões", afirmou. "Tivemos um decreto de suplementação que permitiu o manejo, mas tivemos decretos de contingenciamento que fizeram a gestão fiscal", completou.
Via G1